As mulheres estão ocupando, cada vez mais, um espaço de protagonismo no ecossistema de inovação e empreendedorismo no Espírito Santo e no mundo.
Ainda que os desafios estruturais persistam, o movimento é crescente — e começa a mudar o jogo nos negócios.
Segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), nos últimos quatro anos o Brasil registrou um aumento de mais de 40% na participação feminina em negócios inovadores.
No Espírito Santo, iniciativas como programas de aceleração, hubs de inovação e redes de apoio têm contribuído para dar visibilidade e suporte a essas lideranças femininas.
O avanço é promissor, mas exige atenção contínua às estruturas de apoio e incentivo. É essencial que o crescimento da presença feminina venha acompanhado de políticas públicas, financiamento direcionado e redes de suporte estruturadas. Sem isso, o risco é de que esse avanço seja freado ou não alcance seu potencial máximo.
O Espírito Santo é um celeiro de potencial feminino. O Estado tem uma geração de mulheres extremamente qualificadas, com ideias transformadoras e uma capacidade impressionante de adaptação. O que precisa é garantir que elas tenham as mesmas oportunidades para escalar seus projetos e liderar mudanças significativas.
Liderança feminina ainda é minoria, mas os números estão mudando
De acordo com relatório do Startup Genome 2023, apenas 15% das startups no mundo têm mulheres fundadoras. No Brasil, o número sobe um pouco, chegando a 20%, segundo a Abstartups (Associação Brasileira de Startups). Apesar de ainda ser um cenário desigual, especialistas apontam que o crescimento é constante — e deve se acelerar com políticas afirmativas e mudanças no perfil dos investidores.
Além disso, o relatório “Mulheres e Inovação” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que empresas lideradas por mulheres têm maior preocupação com sustentabilidade, impacto social e inovação de processos — pilares cada vez mais valorizados no mercado global.
Há um diferencial competitivo claro na liderança feminina. Mulheres têm uma abordagem colaborativa, sensível às necessidades do time e do mercado, e uma visão mais holística sobre os impactos dos negócios. Essas qualidades não são apenas desejáveis, elas são estratégicas para os desafios atuais da economia global.
Espírito Santo: histórias e redes em crescimento
No Estado, movimentos como o Women Innovation Network (WIN), as iniciativas da Fapes (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo), e os programas voltados a startups da Findes têm incentivado a presença feminina no setor. A criação de grupos de apoio, mentorias e eventos de networking específicos para mulheres têm gerado impacto positivo.
A expectativa é que a próxima década seja marcada por uma transformação mais profunda, com mulheres liderando setores-chave da economia, especialmente nas áreas de tecnologia, sustentabilidade e educação. Veremos mais mulheres não só criando negócios, mas ocupando espaços de decisão em grandes corporações, fundos de investimento e instituições de ensino. A mudança não é só quantitativa, é cultural e estrutural.