desabrichando reflexoes da alma

Literatura e resistência marcam estreia de Ariana Braga Vieira Alvarenga como autora: “Minha escrita é um manifesto”

Em meio ao caos, a literatura foi sua estrutura. A escrita, sua tábua de salvação. Foi assim que nasceu o primeiro livro da autora Ariana Braga Vieira Alvarenga, carregado de vivências, memórias, dores e esperança. A obra, que surgiu sem grandes pretensões, acaba por se tornar um verdadeiro manifesto de existência e potência coletiva.

“A literatura estruturou minha vida. Foi a forma que encontrei de me organizar internamente, no meio do caos da minha existência”, afirma.

Neste sábado, 13 de setembro, a escritora, professora e futura psicóloga lança oficialmente sua primeira obra literária, intitulada Desabrochando: Reflexões da Alma na Jornada da Flor-de-Lótus, em um evento que promete reunir música, poesia e afeto. O coquetel de lançamento marca não apenas a chegada de um novo livro ao mundo, mas também o florescimento simbólico de uma mulher que fez da escrita um instrumento de sobrevivência, cura e resistência — em uma noite marcada por encontros, palavras e histórias de transformação.

Ariana é professora de Educação Física pela UFES, com especialização em Educação Inclusiva, e finalista do curso de Psicologia. Sua trajetória pessoal e profissional sempre esteve atravessada pelo cuidado com o outro — especialmente com mulheres em situação de vulnerabilidade. Essa escuta sensível e essa vivência com dores coletivas estão impregnadas em cada página de seu livro.

“Eu nunca tive pretensão de escrever um livro. Mas a escrita sempre esteve presente na minha vida, desde a infância, como forma de expressão quando não conseguia falar sobre minhas angústias.”

A obra é resultado de anos de escrita íntima e silenciosa. Surgiu como expressão de uma menina que escrevia em cadernos e diários, e mais tarde ganhou voz pública quando Ariana criou, em 2018, um perfil no Instagram com a intenção de compartilhar conteúdos ligados à psicanálise — e acabou revelando sua escrita autoral.

Uma escrita que floresce da dor
O livro é um compilado de textos escritos ao longo de muitos anos, desde registros pessoais até reflexões recentes. O processo de publicação foi interrompido por um momento delicado: o diagnóstico e falecimento da mãe da autora, que adiou o lançamento inicialmente previsto para 2024.

“Infelizmente, o câncer levou minha mãe em abril deste ano. Entrei num luto profundo… Mas em julho pedi que a editora retomasse o projeto. A capa já estava pronta, e finalizei a diagramação incluindo dois textos novos, muito significativos.”

O resultado é uma obra sensível e poderosa, que convida o leitor a uma jornada interior de escuta, amor e renascimento. A metáfora da flor-de-lótus, que cresce na lama, mas desabrocha limpa e bela, sintetiza o espírito da publicação.

“Este livro convida à escuta interior, onde o amor vira ponte, a dor se torna semente e, mesmo nas tempestades, a vida insiste em florescer.”

Uma literatura marginal e necessária
Ariana descreve sua obra como parte da literatura marginal, não no sentido de exclusão, mas de resistência. É uma escrita que não nasce nos corredores acadêmicos, mas da vivência cotidiana, da escuta de si e do outro, dos silêncios e das dores que a vida impõe.

ariana braga vieira alvarenga

“Esse livro é um manifesto. Uma forma de dizer que todos nós temos, não só o direito, mas a potência de criar, escrever e tornar vivo aquilo que pulsa dentro da gente.”

Durante oito anos, Ariana trabalhou diretamente com mulheres vítimas de violência sexual na infância, acolhendo traumas profundos e reconstruindo identidades em grupo. Essa vivência moldou sua visão sobre o poder da escuta, da palavra e da coletividade.

“Desejo que esse livro seja fonte de inspiração. Que incentive outras pessoas a romperem silêncios, a viverem seus propósitos.”

Hoje, prestes a se formar em Psicologia, Ariana leva para sua atuação clínica e social uma filosofia de vida baseada na colaboração, não na competição:

“Nós não estamos aqui para competir. Existe um sol que brilha para todo mundo. Não é uma corrida. Estamos aqui para promover o outro — e também sermos promovidas.”

Sobre o livro:
Título: Desabrochando: Reflexões da Alma na Jornada da Flor-de-Lótus
Autora: Ariana Braga Vieira Alvarenga
E-mail: arianabalvarenga@gmail.com
Instagram: @ari.anabragaa
Editora: Fontenele
Gênero: Literatura marginal / Prosa poética / Reflexões
Data de lançamento: 13 de setembro
Onde encontrar: www.editorafontenele.com.br

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