Ter ao lado alguém mais experiente, capaz de orientar decisões, compartilhar vivências e trazer novas perspectivas sobre o ambiente corporativo, pode transformar a trajetória profissional de uma mulher. Em um mercado onde ainda existem barreiras estruturais, a presença de um mentor atua como catalisador de desenvolvimento, confiança e visão estratégica.
A mentoria é, essencialmente, uma relação de troca orientada pela experiência de vida e carreira de alguém que já percorreu caminhos semelhantes.
Um mentor não é apenas um profissional sênior. Ele funciona como um guia prático, capaz de ampliar horizontes, apoiar decisões e ajudar a identificar oportunidades que poderiam passar despercebidas. Trata-se de uma combinação de escuta ativa, questionamentos estratégicos e relatos reais de trajetória.
Essa abordagem ganha relevância no contexto feminino, em que a falta de representatividade e as menores oportunidades de networking ainda são obstáculos persistentes. Nesse cenário, um mentor atua como ponte para ampliar acesso, visibilidade e autoconfiança.
Como encontrar um mentor
Encontrar a mentoria adequada requer clareza sobre necessidades e metas. Avaliar o estágio da carreira e o tipo de apoio desejado costuma ser o primeiro passo. Redes profissionais, comunidades de apoio feminino e plataformas especializadas são caminhos frequentes para identificar mentores com perfis alinhados.
Mais do que isso, a escolha do mentor envolve observar coerência e postura. Como destacam Juliana Prado e Milena Rohr, diretoras do MasterMind da Fundação Napoleon Hill:
“Quando você escolhe um mentor, você conecta a sua reputação à dele. Isso significa que as decisões que você toma, a forma como se comunica e até a maneira como o mercado te percebe sofrem influência direta dessa associação. O mentor ideal precisa ser coerente em todas as áreas da vida, não apenas naquela que ensina.”
Elas alertam que, se a pessoa: defende algo que não pratica; tem resultados em uma área, mas caos em outras; ensina crescimento, mas vive desalinhada; é preciso ter cautela.
“Isso inevitavelmente impacta seus resultados e, acima de tudo, sua credibilidade. Mais do que aprender um método, você herda postura, critérios e padrões. E isso constrói, ou compromete, sua autoridade”, pontuam as diretoras.
Pedir recomendações a outras mulheres empreendedoras também é uma estratégia útil, já que relatos pessoais ajudam a identificar abordagens eficazes. Em empresas, é comum que profissionais mais experientes reservem parte do tempo para orientar colegas, fortalecendo a cultura interna. Fora do ambiente corporativo, a rede pessoal continua sendo uma das fontes mais valiosas.
Para quem não tem acesso direto a líderes de referência, eventos, workshops e grupos de networking ampliam as chances de criar conexões significativas.
Por que a mentoria importa tanto para mulheres
Pesquisas indicam que mulheres empreendedoras muitas vezes enfrentam jornadas solitárias, com menos suporte e visibilidade do que seus pares homens. A mentoria surge como resposta a esses desafios.
Segundo Milena e Juliana, a mentoria oferece: direcionamento claro; ambientes de confiança; referências reais de possibilidade; sustentação emocional e estratégica.
“Mulheres crescem mais quando crescem acompanhadas, bem orientadas e estrategicamente posicionadas”, afirma Juliana.
“Quando uma mulher tem mentoria, ela avança com mais segurança; assume decisões com menos culpa; precifica com firmeza e sustenta crescimento sem se desconectar de si”, completa Milena.
Para as diretoras:
“A mentoria não apaga a autonomia feminina. Ela fortalece.”
A combinação desses fatores torna a mentoria uma ferramenta poderosa para impulsionar carreiras femininas. Em um ambiente corporativo onde muitas mulheres ainda precisam se provar mais, contar com alguém que já percorreu parte do caminho ajuda a ganhar velocidade, visibilidade e assertividade.
“E é assim que o crescimento deixa de ser pesado e passa a ser consistente e expansivo”, concluem Juliana e Milena.
Como a mentoria funciona na prática
A mentoria se adapta ao momento de carreira e aos objetivos da profissional. Pode ser interna, externa, coletiva ou reversa, dependendo da necessidade. Para iniciantes, ajuda a definir objetivos e organizar prioridades; para mulheres em ascensão, fortalece habilidades de gestão, apoia transições e consolida posicionamento estratégico.
Conclusão
Investir em mentoria para mulheres é um passo estratégico para promover o crescimento profissional e fortalecer o empreendedorismo feminino. As histórias de quem já trilhou esse caminho evidenciam o impacto direto que uma mentora ou um mentor pode exercer sobre decisões, oportunidades e conquistas.
Para mulheres em busca de inspiração, referências e orientação prática, a mentoria pode representar o ponto de virada da carreira. O compartilhamento de conhecimentos e experiências segue sendo uma das chaves para abrir portas e ampliar horizontes, e programas de mentoria têm se consolidado como um dos caminhos mais eficazes para acelerar essa transformação.



