Você já reparou como tantas mulheres parecem carregar o mundo nas costas? Elas acumulam funções, filhos, casa, trabalho, família, relacionamento e ainda sentem culpa por não darem conta de tudo. Esse é o retrato triste e silencioso de milhares de nós que vivemos sob o peso invisível da multitarefa, sentido no corpo, na mente e nas emoções.
A sociedade celebra essa mulher, mas ignora o que acontece por dentro dela, a exaustão, ansiedade, insônia, culpa e a constante sensação de não ser suficiente. Espera-se que sejamos impecáveis em todos os papéis exercidos e sem esquecer o sorriso no rosto. Quando algo escapa, vem a culpa. A cobrança. O sentimento de fracasso.
Essa sobrecarga vai muito além de uma agenda desorganizada. Ela é emocional, estrutural e, muitas vezes, tão automática que passa despercebida até por quem a vive. Desde cedo, aprendemos a cuidar dos outros antes de cuidar de nós mesmas e, com o tempo, isso nos desconecta da própria essência. Dar conta de tudo não é sinônimo de sucesso, muitas vezes, é um pedido de socorro não verbalizado. Por trás da mulher incansável, há um corpo esgotado, uma mente sobrecarregada, uma alma esquecida. Precisamos parar de romantizar a mulher que aguenta tudo. Não deveríamos carregar tanto sozinha!
Romper esse ciclo começa com um passo simples, mas poderoso: o reconhecimento. Admitir o cansaço é um ato de coragem. Delegar, pedir ajuda, cuidar de si e buscar apoio psicológico são formas concretas de retomar as rédeas da própria vida. E o mais importante: você não precisa ser tudo para todos. Você também merece ser prioridade na sua história.
Caso tenha se reconhecido neste texto, saiba: você não está sozinha. E não precisa seguir em silêncio. Que possamos ser uma rede de acolhimento entre mulheres, não para sustentar o mundo, mas para colocá-lo no lugar que merece, fora dos nossos ombros e dentro de um espaço mais justo, leve e possível.