Sentir-se uma fraude, como se suas conquistas fossem fruto de sorte ou ajuda alheia, e não de mérito próprio, é um dos sinais da chamada Síndrome da Impostora. Um nome moderno para uma dor antiga que atinge muitas mulheres e compromete a autoestima e saúde emocional.

Mesmo diante de resultados reais e esforço contínuo, pensamentos como “logo vão descobrir que não sou tão boa assim” ecoam de forma silenciosa e constante. Mulheres inteligentes, dedicadas e admiradas passam a duvidar de suas capacidades e vivem em uma luta interna para se sentirem “boas o suficiente”.

Esse padrão emocional costuma vir acompanhado de exaustão, ansiedade e um esforço excessivo para agradar ou provar valor. Embora não seja considerada uma patologia formal nos manuais diagnósticos, a Síndrome da Impostora está ligada a distorções cognitivas, formas automáticas e disfuncionais de pensar, como o perfeccionismo, a negação do positivo e o medo da exposição. Pensamentos distorcidos da realidade impedem o reconhecimento das próprias conquistas.

Esse mecanismo emocional não nasce do acaso. Ele é alimentado por traumas de uma infância inadequada, pressões sociais, modelos de perfeição inalcançáveis e histórias cercadas por exigências, comparações ou falta de validação emocional.

A boa notícia é que esse ciclo pode ser interrompido. O primeiro passo é perceber que há algo distorcido em sua autoimagem e que você não precisa continuar nesse padrão. Buscar apoio psicológico pode ajudar a ressignificar essas crenças, dar nome aos sentimentos e cultivar uma nova forma de se enxergar.

Acolher suas vulnerabilidades, valorizar suas conquistas, reconhecer o quanto já superou e permitir-se ser suficiente como é são atitudes libertadoras. Reservar alguns minutos para registrar suas vitórias, pequenas ou grandes, torna visível o que a autocrítica costuma esconder. Lembre-se de que você não precisa provar nada a ninguém e a transformação começa no instante em que decide olhar para si com mais verdade, coragem e amor. Comece por você!

Sobre a autora Michelly Gonçalves

Psicóloga clínica, especializada em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Psicologia Baseada em Evidências (PBE). Criadora de programas terapêuticos voltados à saúde mental feminina, dedica-se a promover acolhimento, escuta qualificada e transformação emocional.

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