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Patrícia Secco: da beleza de Pedra Azul ao reconhecimento internacional

A conexão da artista plástica carioca Patricia Secco com o Espírito Santo surgiu quase como um encontro inesperado. Um ano antes da sexta edição do FestCine Pedra Azul, a artista visitou a região de montanhas capixabas ao lado de seu esposo – o economista ambiental Sergio Magullis, com quem vem desbravando as belezas naturais mundo afora – e se encantou com a paisagem e a energia do lugar.

“Fiquei deslumbrada. A impressão que Pedra Azul deixou na minha cabeça me inspirou em várias obras depois. Faço os pássaros de lá. Entrar como sócia do festival, a convite de Alex Reis e Marcoz Gomes, foi natural depois desse encantamento”, conta. Desde então, ela se uniu à direção do festival, fortalecendo sua atuação no cenário cultural brasileiro.

A participação de Patricia no FestCine Pedra Azul deste ano, inclusive, já está confirmada. Entre os dias 24 e 27 de setembro, além de participar da programação de mostras, palestras e homenagens, ela também vai expor uma obra exclusiva no evento. Será uma escultura em tamanho real de um homem, confeccionada em arame. O detalhe mais marcante da obra, no entanto, estará no coração dele, com a representação da Pedra Azul elaborada em feltragem, uma das técnicas têxteis mais antigas da humanidade.

Da arte à atuação social
Patricia vem de uma das famílias mais tradicionais do Rio de Janeiro, mas nunca se limitou a rótulos e sobrenomes. Construiu sua própria trajetória que atravessa continentes, deu forma e liberdade ao ato de criar. Formada em arquitetura pela Faculdade Bennett, começou a carreira ao lado de nomes como Paulo Casé e Luiz Acioli. E foi enquanto cursava algumas disciplinas de arquitetura que descobriu a sua aptidão e paixão pela arte. Tempo depois, graduou-se em Artes Plásticas pela Corcoran School of Art, em Washington D.C. Suas obras já passaram por Nova York, Paris, Roma, Londres, Berlim, Miami e Brasília, com participações em bienais internacionais, sempre explorando cores vibrantes, formas orgânicas e temas como metamorfose, dualidade e transformação.

Em 2024, Patrícia lançou AquarELAS, com 148 aquarelas de nus femininos, e estreou o podcast “De Cara com a Secco”, expandindo sua linguagem artística. Além da dedicação às artes plásticas, Patrícia ainda toca piano, saxofone, violão e guitarra, e brinca que, se tivesse tempo, viraria música. Sua vida também é marcada por amizades com grandes nomes da cultura brasileira, como Caetano Veloso, Cazuza, Lilia Cabral, Marcos Palmeira, Malu Mader e por aí vai. Por sinal, tem grandes histórias para compartilhar, como sobre a adolescência – repleta de aventuras – ao lado da apresentadora Cissa Guimarães, sua melhor amiga da juventude.

Já integrou o time de artistas que assinaram obras na Cow Parade e na Elephant Parade, e considera como um de seus grandes marcos a mostra ‘Brasil, Mostra a tua cara’, no CCBB, quando apresentou 300 máscaras em acrílicos inspiradas em animais, frutas, flores tropicais, no folclore e nos ídolos da cultura nacional.

Os traços da vida bem vivida e que segue sendo escrita, levaram Patricia a ser protagonista no documentário “Patrícia Secco mostra as suas caras”, dirigido por Alex Reis e Marcoz Gomez, lançado nas plataformas Aquarius e Prime Video, em que amigos como Washington Olivetto, Leo Jaime e tantos outros compartilham afetos, histórias e admiração pela artista. Sobre isso, Patricia dispara: “Foi uma honra ser retratada por nomes importantes, cultos e interessantes que tenho a satisfação de chamar de meus amigos. Vi que eles realmente gostam de mim e da minha arte, que tem muito amor envolvido”.

Mesmo com uma agenda atribulada, Patricia Secco reserva parte do tempo para cumprir com o dever de cidadã, compartilhando seus dons e talento com aqueles que têm acesso limitado à arte e educação no Brasil. Toda quarta-feira, há dois anos, ela leciona arte para crianças na comunidade do Vidigal. Durante a pandemia, criou o projeto Olhar Quem Tem Fome, que alimentou mais de 500 famílias em comunidades como Mangueirinha, Pavão Pavãozinho e Vidigal. Também atua como conselheira da Terra dos Homens, reforçando seu compromisso com a transformação social.

Em vez de se dedicar a uma exposição tradicional este ano, Patrícia escolheu novos caminhos para apresentar sua arte. Realizou três lançamentos do livro AquarELAS e, em setembro, lança uma collab de vestidos e calças com estampas abstratas em duas lojas icônicas do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro: a Dona Coisa e a Número 10. Para ela, transitar entre telas, livros e tecidos é uma forma de expandir a linguagem da arte e permitir que as cores e formas ganhem novas dimensões no cotidiano das pessoas.

Os próximos passos, aliás, já estão desenhados. Em 2026, Patrícia prepara exposições na Galeria Patrícia Costa, em março, e no Centro Cultural dos Correios, reafirmando sua presença no circuito cultural do Rio.

Hoje, aos 68 anos, sendo uma aquariana de muita sensibilidade, Patricia Secco segue conectando pessoas, lugares e emoções em sua arte. Pedra Azul, com suas cores e formas únicas, continua sendo fonte de inspiração, deixando marcas que voam, como os pássaros que ela pinta, encantando quem se aproxima de sua obra.

7º FESTCINE PEDRA AZUL
Quando: de 24 a 27 de setembro
Local: Pedra Azul, com programação no Hotel Vista Azul e Aroso Paço Hotel
Instagram: @festcinepedraazul
Site: www.festcinepedraazul.com.br

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